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ONU proíbe quatro navios de atracarem em portos mundiais por terem violado sanções à Coreia do Norte

 

         Foto de Pablo Blazquez Dominguez

 

As Nações Unidas acabaram de ordenar que quatro navios suspeitos de violarem as sanções à Coreia do Norte sejam impedidos de visitar qualquer porto global, um passo que Hugh Griffiths, coordenador de um painel da ONU que controla essas sanções, descreve como inédito. A proibição foi anunciada na segunda-feira à noite (madrugada desta terça em Portugal) e abrange quatro navios: o Petrel 8, o Hao Fan 6, o Tong San 2 e o Jie Shun, este último um cargueiro que, em agosto passado, foi interceptado ao atravessar o canal do Suez com cerca de 30 mil granadas de propulsão escondidas a bordo que terão sido compradas pelos egípcios aos norte-coreanos.


No final de uma reunião da ONU na segunda-feira, Griffiths disse que os quatro navios têm estado a “transportar bens proibidos”, um facto apurado mediante o novo pacote de sanções económicas aprovadas pelo Conselho de Segurança em setembro para castigar Pyongyang pelo seu sexto e mais poderoso teste nuclear à data. A medida, que entrou em vigor no dia 5 de outubro mas que só foi anunciada ontem, não prevê o congelamento de bens nem proibições de viagens aos tripulantes e detentores das quatro embarcações.

Segundo o MarineTraffic, um site que fiscaliza as movimentações marítimas globais, o Petrel 8 está registado nas Comores, o Hao Fan 6 na ilha de São Cristóvão e Névis, nas Caraíbas, e o Tong San 2 na Coreia do Norte. Não é conhecido o país de registo do Jie Shun, a única embarcação cujo historial de transporte de cargas proibidas foi revelado pelo “Washington Post” na semana passada com base numa recente investigação da ONU.

Depois de apurado o envolvimento das embarcações no transporte de mercadorias da Coreia do Norte, a ONU aprovou uma resolução que proíbe o país de exportar carvão, marisco e minério de ferro e que também impõe limites às importações de produtos petrolíferos norte-coreanos por qualquer nação do mundo — no que representou um reforço das sanções aplicadas contra o regime de Kim Jong-un por causa do seu mais recente teste nuclear e por causa dos dois mísseis balísticos que sobrevoaram uma parte do território do Japão.

 

Entre os signatários das medidas contou-se a China, o grande parceiro económico da Coreia do Norte, bem como a Rússia, dois países com poder de veto no Conselho de Segurança que tinham vetado tentativas prévias de sancionar economicamente o hermético regime. Até à aprovação das sanções, as exportações de carvão, minério e outras matérias-primas para a China representavam uma das derradeiras fontes de receita externa da Coreia do Norte — especialistas calculam que essas exportações têm totalizado três mil milhões de dólares (2,5 mil milhões de euros) de rendimento anual, com as sanções a eliminarem mil milhões dessas trocas comerciais.

Fonte: MSN

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