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Piratas travam guerra com narcotraficantes e ambos desafiam o poder das polícias nos rios do Amazonas
Manaus (AM) – Confrontos entre policiais ou homens das Forças Armadas e criminosos estão ficando cada vez mais frequentes nos rios do Amazonas. Com lanchas rápidas e armas de grosso calibre, traficantes de droga, principalmente contrabandistas e piratas dos rios, desafiam a polícia, muitas vezes com um poder de fogo superior, usando metralhadoras e fuzis. Para combater essas organizações criminosas, a Polícia Federal aposta em novos equipamentos, tecnologias e homens treinados.
Conforme o superintendente da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, atualmente existe uma situação complexa nos rios Solimões e no Japurá, onde nos últimos dois anos se vê uma “corrida armamentista”. Piratas atacam embarcações de traficantes, matando-os e ficando com a droga e armamento.
As armas, segundo Saraiva, são trazidas da fronteira, onde há desvio das Forças Armadas ou são facilmente negociadas com vendedores de outros países. Para o superintendente, o combate ao tráfico de drogas nos rios é difícil, mas não impossível.
Por isso, a Polícia Federal no Amazonas está investindo em tecnologia e inteligência para fazer frente ao tráfico no Estado. “A gente precisa fortalecer o serviço de inteligência para termos informações, e de alguém que coloque em prática o que a inteligência definiu”, afirmou ele.
PF vai usar drones
De acordo com Saraiva, ainda este ano a PF vai receber um drone de alta tecnologia para auxiliar nas investigações da Superintendência. “Estamos trazendo para a região um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT’s) de altíssima autonomia, um modelo de fabricação israelense. Isso aí nos dará capacidade de monitoramento muito maior”, afirmou.
Além desse equipamento, a instituição também conta com uma lancha blindada que já está em operação. A Polícia Federal conta ainda com o apoio de uma equipe de 12 policiais do Grupo de Operações Táticas (COT), de Brasília.
Alexandre Saraiva também destacou a parceria que está sendo firmada entre a PF, Marinha do Brasil e Exército para reprimir as ações criminosos no interior do Estado, principalmente nas regiões de fronteira.
“Precisamos afastar quaisquer vaidade institucionais. Esse trabalho vai ser muito importante”, destacou o superintendente da Polícia Federal.
Apreensão recordista
Em 2017, a Polícia Federal no Amazonas apreendeu aproximadamente 9.686 toneladas de drogas no Estado. Já as operações das polícias Civil e Militar resultaram na apreensão de 14 toneladas de entorpecentes. Ao todo, as apreensões no Amazonas totalizam aproximadamente 23,686 toneladas.
Confrontos registrados em um mês
No início do mês, cinco militares do Exército Brasileiro ficaram feridos durante um confronto com traficantes no rio Japurá, próximo à fronteira com a Colômbia. Os criminosos conseguiram fugir, mas o EB apreendeu mais 1,2 tonelada de skunk. No dia seguinte houve um novo confronto e um dos suspeitos foi morto.
Há um mês, um policial federal e dois militares foram baleados no rio Solimões, em Tabatinga, durante uma operação para apreender gasolina contrabandeada.
Outros dois confrontos foram registrados em 2016. Um deles foi no rio Negro, onde traficantes atiraram contra policiais que estavam em uma lancha. Uma semana depois a equipe do delegado Thyago Garcez foi surpreendida com rajadas de bala, no Rio Solimões, próximo a Coari. O delegado caiu no rio e o corpo dele nunca foi encontrado.
O poderio dos traficantes que atuam na fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia estão cada vez mais forte. Isso se retrata nas últimas apreensões que fizemos, ou que a Polícia Militar fez, onde foram apreendidos fuzis de guerra, que vêm sendo usados para fazer a escolta de remessas de droga. Antigamente, esses fuzis voltavam, mas hoje estão ficando aqui em Manaus e indo parar nas mãos do crime organizado. Nós estamos vigilantes com isso. Isso deve-se por conta da desmobilização das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia que preferem negociar. Já houve vários incidentes com troca de tiros principalmente na área da Base Anzol e Coari. A presença de piratas que é preocupante e há grupos em Manacapuru, Coari, Tefé, e Codajás.
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