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Ao menos 444 contêineres já foram apreendidos em ações, que envolvem Ibama e MPF
Brasilia (DF) — A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira mais uma etapa da operação nos portos de Manaus (AM) para barrar o transporte clandestino de madeira extraída ilegalmente da floresta amazônica e destinada a grandes comerciantes madereiros no Brasil, na Europa e Estados Unidos. Ibama e Ministério Público Federal também participam da ação. A operação, iniciada há um mês a partir de um alerta da Receita Federal, reteve com autorização judicial, até agora, 444 contêineres dos quais 20% já foram periciados.
Segundo a PF, o material apreendido até o momento, se colocado de forma linear, cobriria um percurso de 1.500km, o que equivaleria à distância entre Brasília e Belém, aproximadamente.
Os policiais federais e fiscais do Ibama identificaram fraudes nos Documentos de Origem Florestal (DOFs), que deveriam atestar a legalidade da extração e da origem da madeira. Dentre as irregularidades, foram encontrados DOFs cancelados ou falsificados, bem como diferenças substanciais entre o atestado nos documentos e o conteúdo dos contêineres, entre elas volumetria e descrição das espécies exploradas.
Os dois portos, onde se desenvolve a operação, são responsáveis pelo escoamento da quase totalidade da produção de madeira extraída na Amazônia Legal. As madeiras retidas por ilegalidade documental eram originárias de exploração nos estados de Roraima, Rondônia e Amazonas e em torno de 50% delas teria como destino a Europa e os EUA.
As investigações, agora, visam a identificar as pessoas físicas e jurídicas envolvidas na extração ilegal, no transporte e na comercialização do que está sendo considerado pelas autoridades como uma das maiores apreensões mundiais de madeira beneficiada realizada em portos.
Segundo a PF, os envolvidos responderão pelos crimes contra a flora previstos na lei de crimes ambientais e receptação previsto no Código Penal podendo, inclusive, haver responsabilização penal da pessoa jurídica conforme disposto na legislação ambiental.
A operação foi batizada de Arquimedes, nome de origem na cultura grega que relata a técnica utilizada por um filósofo para encontrar volumes de materiais a partir da imersão em um recipiente com água. A técnica inspirou os peritos da Polícia Federal para medir o volume do material apreendido.
Fonte: O Globo
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